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Histórias, estórias e lendas da Região
Em Guaratuba, Matinhos e Caiobá

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A Lenda da Gralha Azul
Perdido quem Nem Cachorro de Mudança
A Canoa Encantada
A Maior Pescaria do Mundo
Um Dia na Ilha Itacolomi

A Lenda da Gralha Azul

Era madrugada, o sol não demoraria a nascer e a gralha ainda estava acomodada no galho amigo onde dormira à noite, quando ouviu a batida aguda do machado e o gemido surdo do pinheiro.

Lá estava o machadeiro golpeando a árvore para transformá-la em tábuas.

Quantos anos levou a natureza para que o pinheiro atingisse aquele porte majestoso e agora, em poucas horas, estaria estendido no solo, desgalhado e pronto para entrar na serralheria do grotão.

A gralha acordou. As pancadas repetidas pareciam repercutir em seu coração. Num momento de desespero e simpatia, partiu em vôo vertical, subiu muito além das nuvens para não ouvir mais os estertores do pinheiro amigo.

Lá nas alturas, escutou uma voz cheia de ternura: - Ainda bem que as aves se revoltam com as dores alheias.

A gralha subiu ainda mais, na imensidão. Novamente a mesma voz a ela se dirigiu:

Volte avezinha bondosa, vai novamente para os pinheirais. De hoje em diante, Eu a vestirei de azul, da cor deste céu e, ao voltar ao Paraná, você vai ser minha ajudante, vai plantar os pinheirais. O pinheiro é o símbolo da fraternidade. Ao comer o pinhão, tira-lhe primeiramente a cabeça, para depois, a bicadas, abrir-lhe a casca. Nunca esquece de antes de terminar o seu repasto, enterrar alguns pinhões com a ponta para cima, já sem cabeça, para que a podridão não destrua o novo pinheiro que dali nascerá. E os pinheiros vão nascendo. "Do pinheiro nasce a pinha, da pinha nasce o pinhão... "Pinhão que alegra nossas festas, onde o regozijo barulhento é como um bando de gralhas azuis matracando nos galhos altaneiros dos pinheirais do Paraná. Seus galhos são braços abertos, permanentemente abertos, repetindo às auras que o embalam o meu convite eterno:

Vinde a mim todos..."

A gralha por uns instantes atingiu as alturas. Que surpresa! Onde seus olhos conseguiam ver o seu próprio corpo, observou que estava todo azul. Somente ao redor da cabeça, onde não enxergava, continuou preto. Sim preto, porque ela é das famílias do corvo.

Ao ver a beleza de suas penas da cor do céu, voltou célere para os pinheirais.

Tão alegre ficou que seu canto passou a ser um verdadeiro alarido que mais parece com vozes de crianças brincando.

A gralha azul voltou. Alegre, feliz e iniciou seu trabalho de ajudante celeste.

 

Perdido Que Nem Cachorro de Mudança

          Em 22 de setembro de 1968, já de madrugada, uma parte da cidade de Guaratuba de mais ou menos 300 m2, afundou dentro da Baía de Guaratuba.
          O mercado municipal, parte da prefeitura, o atracadouro do ferry boat, casas de moradia, a Rua da Praia...
          Grande parte foi perdida. Menos o cofre da Prefeitura, que foi o primeiro a ser resgatado.
          Dizem que o prefeito de então disse que existia uma determinada soma no cofre, talvez pensando que não conseguiriam resgatar, ou mal informado pelos seus assessores.
          Acontece que uma empresa com mergulhadores foi especialmente chamada para o resgate, e conseguiu trazer o cofre. Mas a surpresa ficou por conta de quanto em dinheiro tinha no cofre: Menos de 10% do que se comentava que realmente foi achado.
          Mas uma estória ou história é ainda até hoje contada. Muitos juram que é a verdade e que viviam nesta data do afundamento e que viram.
          Como havia muitas casas de família na área afundada, uma das geladeiras boiou.
          A maré levou esta geladeira para a saída do canal, e lá, próximo da praia mansa de Caiobá, um pescador encontra a geladeira fujona. Em cima, latindo, molhado e com muita fome, o cachorrinho da família.

A Canoa Encantada

          Esta é mais uma história verídica acontecida na região:
          “Estávamos pescando ali perto da Ilha da Garça.
          Depois de umas horas ali, começou a chover muito. Não conseguimos esconder bem nossos isqueiros e carteiras de cigarro, que molharam. A noite chegou. Tendo salvo alguns cigarros, resolvemos olhar em volta em busca de algum barco. Era uma noite clara, de lua quase cheia.
          Percebemos então, a uns 100 metros, mais para o lado do meio da baía, um pessoal com uma batera, com a luz acessa, conversando e puxando rede. Deduzimos que tivessem fósforos ou alguma coisa para acender nossos cigarros.
          Rapidamente levantamos âncora e fomos na direção deles. Mas quando chegamos perto não vimos mais barco algum, não vimos ninguém. Demos a volta na ilha, buscamos na baía e nada. Simplesmente desapareceu a batera. A ilha é pequenina, mas a batera tinha sumido.
          Meu companheiro assustado disse: - Isso é coisa do além.
E mais do que depressa, nos dirigimos em direção da cidade com o medo estampado nos rostos.”

A Maior Pescaria do Mundo

          Carlos chegou da roça e fala para a mulher: - Eu vou pescar.
          Ele pegou duas varinhas de pesca, a espingarda e um facão. Mandou a mulher fazer uns sanduíches de mortadela e se mandou para a beira do rio. Chegando lá, fincou o facão no chão. Armou uma varinha. Armou outra. Pegou a sacola de comida e pendurou no cabo do facão. Enquanto ele estava esperando uma beliscada, viu uma sombra ali perto do seu riachozinho, e foi para lá e deitou ficando ali esperando.
          Dormiu... De repente Carlos acorda com um barulho atrás dele. Vira-se e vê 02 (dois) veadões galheiros. Ele rapidamente pega sua espingarda que está do seu lado e aponta para um deles.
          Carlos pensa:
          - Não vou conseguir pegar os dois. Se atirar num, assusto o outro.
Ele continua a pensar, pensar, pensar, ali, em silêncio, apontando, em total silêncio, sem que seja percebido.
          Mas então Carlos percebe que os veados estão ao lado de seu facão, ali fincado no chão.
          Mira e atira. A bala acerta o fio do facão e se divide em duas, indo cada parte acertar na cabeça de um veado. Como o terreno era acidentado demais, os veados caíram na água.
          Carlos corre e faz um salto ornamental do barranco, mergulhando atrás de sua caçada.
          Conseguiu puxar um para o seco. Foi quando percebeu que junto com toda aquela galheira do veado, tinha dois peixes espetados no chifre, cada um com uns 10 quilos.
          Carlos tomou novamente fôlego e, num espetacular salto mortal, pulou mais fundo, tentando buscar seu troféu mais abaixo do riacho, pois a correnteza já tava levando o outro bicho.
          Conseguiu alcançar, e levar para a margem. Mas qual a sua surpresa quando percebeu na galhada mais três peixes, ainda maiores que os primeiros, talvez porque a caça ficou mais tempo embaixo da água.
          Refeito de toda aquela movimentação, pensou em afiar o facão para limpar a caça, mas antes resolveu checar suas 02 varas de pesca, pensando em recolher porque o dia já estava ganho.
          Ele levanta a primeira e luta muito para tirar da água uma carpa húngara de 27 quilos. Ainda bem que ele estava usando uma linha 0.120.
          Depois de descansar dos quase 15 minutos de luta com o peixe, vai checar a outra vara de pesca. Lá encontra um pirarucu de pouco mais de 2 metros de comprimento.
          Como os peixes estavam muito pesados, Carlos resolve limpar os peixes abrindo suas barrigadas, buscando aliviar o peso, além de limpar as caças.
          Quando ele foi pegar seu facão, o facão mexeu e andou. Carlos, intrigado, e com a base de uma de suas varas milagrosas, cava em volta do chão onde está seu facão, e percebe que tinha enfiado o facão num tatu, o maior tatu que ele já tinha visto.
          Carlos agradecido e devoto, pensa numa maneira de dar graças a Deus pela excelente pesca e caçada que aquele dia proporcionou.
          Num gesto de especial agradecimento, ele levanta as duas mãos para o céu e começa sua pequena prece.
          Atrás dele, em silêncio, estava passando, num vôo rasante, um bando de marrecos bem gordinhos, e dois deles se enroscam, um em cada uma das mãos do sortudo Carlos.

Um Dia na Ilha Itacolomi

          Quando um marinheiro ou pescador mais experiente falar para você, no mar, tomar uma providência ou ação, obedeça.
Esta é mais uma história verídica.
          “Apareceu aqui em Guaratuba, um compadre, meio maluco, que alugou um barco de 3 metros de comprimento (inflável) e me chamou para pescar na Ilha de Itacolomi. Topei, afinal precisava alguém com carteira de mestre de embarcação para esta saída e a meteorologia não marcava nem tempo ruim nem tempo bom: tempo neutro. Pegamos um tarafa, passamos ali na ilha do Araçá. Demos uma tarafadas e pegamos mais ou menos um meio saco de sardinha. Fomos embora, pois é isca suficiente para a pescaria do dia seguinte. Saímos no dia seguinte, de madrugada, ainda no escuro. À medida que inda nos encaminhando para o destino final, ia “amaciando” o compadre. Explicando para ele as providências que devem ser feitas, principalmente para uma pessoa como ele, que nunca havia saído para o mar afora, sempre acostumado a pescar na baia. Assim que chegamos na ilha de Itacolomi, apoitamos e em seguida começou a amanhecer. Chegou uma lancha grande, e após outra. E a gente já tava pegando uns peixinhos bons, eu peguei um dourado e o compadre pegou uma cavala e por aí fomos. Daqui a pouco, quando já era umas 8 e meia ou 9 horas, aquelas lanchas começaram a levantar âncora e a ir embora. E daí eu falei:
          - Compadre, estas lanchas têm barômetro, GPS e rádio. Elas viram alguma coisa. Acho melhor ir embora.
          E ele responde: - Não. Agora que estamos pescando bem. Não vamos não!!!
Então eu falei: - Então fica prestando a atenção: se o vento virar, se você ver que o barco começa a navegar do sul para norte, vamos embora imediatamente porque é virada de tempo brabo.
          Não demorou meia hora e bateu uma ventania. A primeira onda que levamos passou por cima do nosso barco: barco dum lado e nós para o outro. Já perdemos sardinha, perdemos peixe, perdemos tralha, perdemos remo, perdemos tudo que tinha no barco, ficou eu e o compadre. A situação foi piorando, e o compadre, pelo balanço e más condições do tempo, sentiu-se mal. Eu fui animando ele, e o vento levava nós pra lá, pra cá. O compadre melhorou um pouco. Mas aí começou a cair uma fortíssima chuva de pedra. Pulamos para dentro da água, e ficamos agarrado na cordinha da embarcação, só com a mão por cima do barco. Levamos tanta pedra na mão, que nossos dedos ficaram em carne viva. Mas fomos agüentamos o repuxo, até aliviar a chuva de pedra, quando subimos no barco e, pela direção do vento, fui me dirigindo para onde achava que era a entrada da baía. Um determinado momento, uma onda bem grande levantou a gente e nós conseguimos ver Guaratuba. Mas os problemas ainda não haviam acabado: quando nós estávamos chegando perto da praia de Caieiras, acabou o combustível. Isto porque, barco cheio de água mais ondas e ventos, consumiram mais combustível que tínhamos previsto. Como havíamos perdido os remos, estávamos à deriva, levados pela correnteza e ventos. Fomos então socorridos por uma lancha da Polícia Militar que estava passando, justamente pesquisando os malucos do nosso nível que por ventura poderiam estar perdidos por ali.
          Conseguimos nos salvar, quase mortos de frio e exaustão, com a mão em carne viva, orgulho ferido.
          Conclusão: Escute os experientes que andam de barco com você!"